31.10.08

SHOW DO GRUPO NEGREDO NA VILA MADALENA


DIA 14 DE NOVEMBRO SHOW DO NEGREDO
E LANÇAMENTO DE UMA REVISTA DA CAROS AMIGO SOBRE NEGROS
LOCAL RUA PORPURINA 428 VILA MADALENA
GRUPO NEGREDO NO PALCO AS 20H 30
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS
ENTRADA NA FAIXA

WU TANG CLAN NO BRASIL COM DJ CIA E SANDRÃO 'RZO'

O SUL DO BRASIL VAI GANHAR UM SHOW INESQUECIVEL!!!

29.10.08

SARAU RAP - Poesia das ruas


dia 30 de outubro 20hs
Projeto "Poesia das Ruas" Ritmo e PoesiaO Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadorasdo Rap.
É um espaço para o exercício da criação poética.Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.
Iniciativa do poeta Sergio Vaz, o Sarau do Rap é realizado em parceria com a AçãoEducativa e acontece toda última quinta-feira do mês.Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende
buscar,através da oralidade, um incentivo para a criação poética.
Rap éritmo e poesia (rythman and poetry).
Ação Educativa
Rua: General Jardim, 660 - Vila Buarque - SP
Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas

22.10.08

ANIVERSÁRIO DA COOPERIFA,QUE FESTA BONITA!!!











NOITE LINDA DE QUARTA-FEIRA,MUITA POESIA NO SARAU DA COOPERIFA , GENTE BONITA E CULTURA A FLOR DA PELE , PARABÉNS COOPERIFA PELO SEU SÉTIMO ANIVERSÁRIO.

21.10.08

PERIFERIA NACIONAL AGRADECE A TODOS PARCEIROS E AO PESSOAL DA NET QUE ACESSA

A FAMÍLIA "PERIFERIA NACIONAL" AGRADECE À TODOS QUE ESTÃO CONTRIBUINDO COM ESSE NOVO PORTAL DE NOTÍCIAS DO RAP NACIONAL E CULTURA DE RUA,AGRADECENDO A CÚPULA NEGREDO POR POSTAR UM LINK EM SEU BLOG E A TODOS QUE JÁ POSTARAM,FIRMEZA TOTAL,É NÓIS JUNTO E MISTURADOS COM A PERIFERIA NACIONAL.

20.10.08

ANIVERSÁRIO DO SARAU DA COOPERIFA

Povo lindo, Povo inteligente,
quarta-feira o sarau da Cooperifa vai completar 7 anos de atividades poéticas na periferia de São Paulo, e para comemorar mais um ano de luta e resistência, a Cooperifa vai preparar um monte de surpresas para a comunidade.
Já de cara vai ter o lançamento do livro "DEMORÔ" do poeta Brasiliense Paulo Kauim, e uma exposição de Pinturas "Revestrés" da pintora Carolzinha, natural da Vila Indiana Z/O.
E aí, depois, nem deus sabe.
É nóis!
Sérgio Vaz
ANIVERSÁRIO DO SARAU DA COOPERIFA
Dia 22 de outubro 20hs30
Bar do Zé batidão
Rua bartolomeu dos Santos, 797
Chácara Santana
Periferia-SP
Infs. 72074748

UM ANO DE DESPACHO URBANO! FALTA POUCO!



Ontem completou um ano desde a gravação do set rock do DVD Despacho Urbano do MV Bill! Agora falta pouco! Em breve DESPACHO URBANO! Essa foi tirada no na toca da galera da Chapa Preta durante a última audição do DVD antes de ir para as máquinas!

Show "A Família - Mais Romântico" em homenagem ao dia das crianças ,Quem dera fosse sempre assim


reúne mais de 15 mil pessoas.Por AFR:Salve.Nosso muito obrigado de coração, a todas as pessoas que estiveram presentes em nosso show neste final de semana, dia 12 de outubro, dia das Crianças, na praça pública do Jardim Bom Retiro – Sumaré SP.Aos presentes, dedicamos o show “A Família – Mais Romântico” e convidados.Nossos agradecimentos à todos os grupos que participaram do evento.Marcio Rap – Sistema Negro – Puma (Rota de Fuga) – Deivide – Mos Crew – Oju Oba – Lucas e Breno – 288 e aos alunos das oficinas de Dj´s, teatro e Street Dance do projeto “ARJA VIVENDO A FAMÍLIA”.A toda nossa equipe de apoio e produção: Willians Costa – Deivide - Roberval – Patrícia – Negão B.Boy - Nina Fideles - AFR (afamiliarap.com.br)A todos nossos parceiros:Secretaria de Saúde de Sumaré – Coordenadoria da juventude de Sumaré – Prefeitura municipal de Sumaré – The Gate Lan House – A Rede Lan House – Conduta Hip Hop – Comando Hip Hop – Sub Solo – Your Face – Rádio 89,3FM, Rádio 105,1FM e todos os colaboradores das nossas comunidades. Todos juntos somos uma só família.Deus abençoe.

18.10.08

HOMEM CONDENADO POR OUVIR RAP ALTO

SAINDO DO BRASIL É ASSIM!!!!!!
Por ouvir rap alto demais, homem é condenado a escutar música clássica
Réu preferiu pagar multa a se submeter a sessão de Bach e Beethoven.Juíza disse que objetivo era fazê-lo se sentir como suas 'vítimas'.
Beethoven vira punição para fã de rap nos EUA.
Uma punição estranha para um homem condenado por ouvir rap alto demais em seu carro. Uma juíza da do condado de Champaign, em Ohio, determinou que o acusado, multado em US$ 150, poderia se livrar de parte substancial da multa caso aceite passar 20 horas ouvindo música clássica. Andrew Vactor foi condenado por perturbar a tranquilidade na cidade de Urbana ao andar, em julho, com as janelas de seu carro abertas e o som do carro emitindo versos de rap no último volume. Caso tivesse aceito a proposta da juíza, ele precisaria pagar apenas US$ 35 de multa. Vactor, no entanto, não aguentou ficar 15 minutos ouvindo Bach, Beethoven e Chopin. Segundo ele, a música não era o problema. "Não tinha tempo para ficar cumprindo a pena. Decidi apenas pagar a multa", afirmou. Vactor, 24 anos, afirmou que no dia proposto pelo juiz para a sessão de música clássica, ele teria que treinar basquete com sua equipe na universidade. A juíza Susan Fornof-Lippencott disse que a idéia era obrigar Vactor a ouvir uma música que não fosse de seu interesse. Assim, ele se sentiria como boa parte dos moradores de Urbana, "obrigados" por ele a ouvir rap. "Ninguém gosta de ouvir algo forçado", afirmou a juíza.

15.10.08

MV BILL NAS TELAS DO CINEMA


O rapper MV Bill vai estrear como ator no cinema, informa a coluna de Ancelmo Góis no jornal "O Globo" desta quarta-feira, 15.Depois de dois anos de estudos em uma oficina com Lázaro Ramos na Cufa (Central Única das Favelas), Bill estará no próximo longa de Sandra Werneck, "Sonhos Roubados".Ainda segundo a coluna, o rapper prepara um projeto maior: um filme sobre sua vida e a de seu parceiro Celso Athayde, chamado "Os Invisíveis".http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL799452-9798,00-MV+BILL+FARA+O+NOVO+FILME+DE+SANDRA+WERNECK+DIZ+JORNAL.html

LANÇAMENTO DO VIDEOCLIPE DO GRUPO A 286


NA ZONA SUL DE SAMPA UM BELO SHOW P/ VOCÊ COLAR E SE DIVERTIR ,COM O MELHOR DO RAP NACIONAL,SHOW DE LANÇAMENTO DO VIDEOCLIPE DO GRUPO A 286,NO PARQUE DO LAGO

11.10.08

DIAS DAS CRIANÇAS



Foto: João Wainer
texto: SERGIO VAZ ,MAIS UM POETA DA PERIFERIA .
COOPERIFA
Sobre Kichutes e chuteiras - Sérgio VazEm outubro é o mês em que se comemora o dia das crianças, depois do natal, esse é o dia mais aguardado para qualquer menino ou menina, pois, teoricamente é um dia para receber presentes.Pra ser sincero não tenho boas lembranças dessas datas, na minha casa a roupa sempre foi muito mais importante do que brinquedo, por isso, desde cedo aprendi a brincar só com os meus botões. Sem carrinho pra dirigir, cheguei de kichute na adolescência, e com os pés cheios de calos no coração.Naquela época não era fácil entender que existia um dia só para as crianças, mas ao mesmo tempo, só para algumas crianças. “Quem será que ensinou aos adultos a serem tão cruéis?”. Pois somente um adulto é capaz de ensinar uma criança a ter raiva e inveja ao mesmo tempo.Raiva porque as ruas nesses dias eram tomadas de cores e luzes da felicidade alheia, e inveja por que essas cores e luzes não brilhavam no meu quintal. De quebra também aprendi a odiar o Playcenter e o Papai Noel. Bom velhinho, sei...No caso das meninas fico pensando que também não devia ser diferente, não deve ser fácil acalentar a boneca da vizinha e chamá-la de minha filha ao mesmo tempo. Brincar de babá aos seis anos deve doer tanto quanto ser motorista aos sete. Sorrir com a alegria emprestada... é muito sério ser criança.Descobri que somos o país do futebol porque uma única bola, não importa de quem seja, é capaz de fazer a alegria de um bairro inteiro, e nessa hora não importa quem ganhou presente ou não. Para quem não sabe o futebol também é um esconderijo de crianças tristes e solitárias. Descalços ou não,uns chutam a bola, outros a vida.Não estou fazendo propaganda de supermercado e nem sei se as pessoas se tornam melhores porque na infância ganharam brinquedos ou não, só quis lembrar um tempo em que o algodão não era tão doce.Se vão presentear seus filhos, para que não se tornem poetas tristes como eu, não esqueçam, as crianças gostam que os pais venham como acessórios. Ou quem sabe, o contrário.
Nesses tempos onde as mães jogam os filhos pelas janelas dos apartamentos, haverá um tempo que a gente não lembrará mais a falta dos brinquedos, e sim das crianças.
LEIA E REFLITA,POIS A PERIFERIA TEM SEMPRE A VEZ

8.10.08

NOVA LEI,SEMANA ESTADUAL DO HIP HOP EM MAIO


O Plenário da Assembléia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 15/2008, que institui a Semana Estadual do Hip Hop nesta terça-feira. O projeto é de autoria do deputado Raul Carrion (PCdoB).
O período comemorativo criado pela lei ocorrerá na segunda semana do mês de maio. A lei também define o dia 8 de maio com o Dia Estadual do Hip Hop. O projeto nasceu a partir de uma sugestão do movimento Nação Hip Hop Brasil. A proposição espelha-se em lei já existente no município de Porto Alegre, mantendo a segunda semana de maio como referência para a Semana Estadual do Hip Hop, o que permitirá uma ação conjunta.
O Hip Hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1960, nos Estados Unidos, como uma forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana norte-americana.É uma espécie de cultura das ruas, um movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras, no ritmo forte e intenso da sua batida e pelas imagens grafitadas nos muros das cidades.No Brasil, o movimento Hip Hop foi adotado, sobretudo, pelos jovens negros e pobres da periferia de nossas grandes cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre –, como uma forma de denúncia e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Enquanto movimento cultural, o Hip Hop tem servido como ferramenta de integração social e de ressocialização dos jovens das periferias, buscando superar sua situação de marginalização.''O Hip Hop tem agora a cara da juventude gaúcha, da nossa cultura, dando o recado por meio da socialização da sua história, de uma luta intensa para garantir as conquistas da juventude'', diz Carrion.Fonte: http://www.vermelho.org.br/

7.10.08

O RAP NO BRASIL,COMO SURGIU....

No Brasil, especificamente em São Paulo, o RAP e o Hip-Hop se desenvolveram em meados dos anos 1980 através de encontros de jovens de periferia nas Praças da Sé e Roosevelt, no Vale do Anhangabaú, nas ruas Dom José de Barros, 24 de Maio e na Estação São Bento do Metrô.
Muitos jovens moradores de periferias de São Paulo, nos finais de semana, assistiam e participavam dos encontros liderados pelo breaker Nelson do Triunfo.
O RAP, quando chegou ao Brasil, foi chamado de funk falado. Jovens que acompanhavam as apresentações dos breakers começaram a improvisar e a compor rimas para serem cantadas por cima das músicas que eram tocadas.
Assim, apareceram os primeiros “tagarelas”, como eram chamados os rappers. O funk falado, os movimentos do break e as músicas foram espalhados pelas periferias paulistanas através dos bailes que aconteciam nas ruas, nas escolas e nos clubes dos bairros que já veiculavam black music há algumas décadas.
No fim da década de 1980, alguns grupos de RAP já estavam formados e apresentavam seus talentos em concursos promovidos pelas grandes equipes organizadoras de bailes blacks na cidade de São Paulo – Chic Show, Black Mad, Zimbabwe, dentre outras. Milton Sales, disque jóquei, reuniu os vários grupos de RAP e passou a promover concursos e apresentações. Ele também criou o MH2O (Movimento Hip-Hop Organizado) para facilitar a difusão do RAP na periferia e produziu, em estúdios de gravação alugados, os primeiros discos desse gênero musical, que traziam coletâneas contendo as rimas dos rappers. Foi numa dessas coletâneas que surgiu o grupo Racionais MC’s. Para difundir o RAP na cidade, Milton Sales recebeu o apoio da Prefeitura de São Paulo, que na época estava sob a direção de Luiza Erundina.

2.10.08

SHOW DO NEGREDO MÊS 10



NEGREDO DIA 12 JARDIM LEME CAMPO DA PONTE PRETA TABOÃO DA SERRA ,VAZAME.NEGREDO DIA 19 GUACURY, CAMPO DO FAVELA DIADEMA, PONTO FINAL DO ONIBUS GUACURY .
YLSÃO,NEGREDO

ANTÍDOTO NO ITAU CULTURAL - AGENDE-SE!



veja a programação completa no site:
www.itaucultural.org.br/antidoto
Debate:
Cultura de periferia
Com Sérgio Vaz, Alessandro Buzo e Nega Gizza
Sábado 04 de outubro 20hs30Local: Itau culturalAv. Paulista, 149 São PauloInfs. 21681777ENTRADA FRANCA(retirar ingressos com antecedência)

SEMANA DA CRIANÇA COM "A FAMÍLIA"



A partir da primeira semana de outubro, o grupo "A Família" estará realizando nas escolas da rede pública de Sumaré, na região da Área Cura, uma sériE de atividades culturais, envolvendo palestras com os integrantes do grupo e com convidados especiais das áreas da cultura, saúde, educação e lazer.Confira os horários e as escolas onde ocorrerrão as palestras do grupo "A Família" e convidados.Dia 08/10 - Escola Maria Ivone Martins Rosa – Jd. Denadai. Das 16h às 17h30 e 19h às 21h. Participação da Psicóloga Lurdinha Backin e do jornalista Régis Bueno. E apresentação do B.Boy Jaylson Negão e do Teatro do projeto “Arja Vivendo A Família”.Dia 09/10 - Escola Maria de Lourdes – Jd.Maria Antonia. Das 21h às 22h20. Participação do jornalista Régis Bueno (palestra sobre Preservação do patrimônio e educação).Dia 10/10 - Escola Maria Sheila Alvez – Pq Das Nações. Das 08h às 09h30. Participação do jornalista Régis Bueno e apresentação do B.Boy Jaylson Negão.As atividades marcam o início da Semana da Criança. Elaborada pelo projeto "Arja Vivendo A Família", uma parceria entre o grupo "A Família, a Aliança Revolucionária Jovens em Ação (ARJA) e a prefeitura municipal de Sumaré.O projeto "Arja Vivendo A Família", com sede no Jardim Denadai - Rua 05 n° 292 Fone: 3832-8505 e-mail:vivendoafamilia@afamiliarap.com.br. Hoje presta assistência cultural e educacional a cerca de 150 crianças, adolescentes e jovens. O projeto será representado nas atividades da Semana da Criança pelos próprios alunos de cada oficina oferecida no projeto (Teatro, Street Dance e Dj).
As atividades vão até o domingo, dia 12 de outubro, dia das Crianças. No encerramento, que será a prtir das 15h, o público poderá conferir o NOVO show do grupo "A Família": O show "A Família - Mais Romântico" e Convidados. - Um Só Ideal - Marcio Rap - Lucas e Breno - 288 - Mos Crew e Grupo Oju Oba -

Rap espalha mais de 30 candidatos e muita polêmica pelo país

O rap cansou de discursar só sobre bases ritmadas e subiu ao palanque. O Brasil tem mais de 30 candidatos nessas eleições municipais. Um deles quer ser até prefeito: Aliado G, do grupo Face da Morte, concorre pelo PC do B à Prefeitura de Hortolândia (cidade a 105 km a noroeste de São Paulo).Tem mano querendo virar político em Fortaleza (Preto Rap), Rio de Janeiro (DJ Sadam), Porto Alegre (Mano Oxi), na gaúcha Sapucaia do Sul (DJ Gutti) e na mato-grossense Sinop (Mano Higor). Há também quem já tente a reeleição, como Anderson 4P, lutando por mais quatro anos na Câmara de Francisco Morato, município da Grande São Paulo.
Candidatos trocam uma idéia
O rap viveu um boom no final da década passada, com os Racionais MC´s vendendo mais de um milhão de exemplares de "Sobrevivendo no Inferno" a partir de 1997. Desde a eleição de 2000, o movimento tem integrantes em campanha. Um desses pioneiros é Renê do Rap (PRN), que novamente tenta virar vereador paulistano. "Naquela época me chamavam de louco, que o rap nunca ia entrar na política. Agora todo mundo quer virar político", diz o rapper que faz campanha na Zona Oeste. (Veja ao lado três dos candidatos do rap em São Paulo)Ele dá suas correrias pela Zona Oeste, nas quebradas como a favela São Remo e o morro do Querosene. Distribui seus salves para os possíveis eleitores. "firmeza, Jão?", "É tudo nóis" e "fala, moleque" são alguns dos cumprimentos que distribui pelas vielas.Mas nem tudo são flores na perifa. Na beira de um córrego, um seguidor do vereador Antônio Carlos Rodrigues (PMDB) arma uma treta com o rapper aprendiz de político, que prefere não bater boca. "Renê não manda nada aqui", fala Gabriel, o cabo eleitoral rival com a cara amarrada. "O irmão dele é gente fina, faz campanha prá gente. Mas esse aí é vacilão. Ganha um troco e tem que dar uma de pitbull. Depois a gente troca uma idéia com ele e vira Lassie", reage o candidato.Renê do Rap também polemiza dentro da comunidade hip hop. "Quem levantou o rap no Brasil foram os brancos no começo dos anos 90, tirando do gueto. Os negros só afundaram o movimento. Pára. Esses manos não sabem o que é o sistema político. Eu estou preparado. Vê o Mano Brown não sabe o que fala. Eu sim estou preparado, tenho projetos. Fazer rima é fácil. Sair candidato é que é difícil", solta o verbo.Renê aponta para Primo Preto (PSDB), produtor dos Racionais MC´s que sai pela segunda vez candidato a vereador. "Ele paga de periferia, mas é dos Jardins. Não cresceu na favela", dispara. Primo Preto responde: "Vivia em uma quitinete no centro, que também tem pobreza. E minha família está por toda cidade, Brasilândia, Cidade Tiradentes. Sempre me identifiquei com os manos."Meio-irmão de Branco Melo, cantor do Titãs que, com 14 anos a mais, custeou parte de seus estudos com o sucesso da banda de rock nos anos 80, Primo Preto concorreu à vereança em 2004 pelo PT com o número 13157.O artigo 157 do Código Penal define assalto à mão armada e é senha dentro do mundo rap, principalmente o que fala de criminalidade, conhecido como gangsta rap. "Esse número sinaliza um incentivo ao crime", lança Renê. Primo retruca: "Hilariamente, o número foi sorteado, mas achei maravilhoso porque se identifica com o rap. Não defendo bandido ou ladrão. Mas usaria o 157 de novo. O problema é que já tinha outro candidato do PSDB com esse número."Outro que faz associação numérica do movimento é Nuno Mendes (PC do B), locutor há 16 anos do programa mais tradicional do gênero. O final de seu número de candidato é 105, a sintonia de FM que dá nome à rádio que emite o "Espaço Rap".Enquanto Primo Preto dispõe Mano Brown em seu santinho de campanha, Nuno Mendes conta com o apoio em vídeo dos Rappin Hood e Edy Rock (Racionais) em sua estréia eleitoral. "Eles deram uma força porque me conhecem faz tempo. O Rappin Hood era um moleque com uma demo embaixo do braço", conta o radialista.
Manos opinam sobre os candidatos
Muitos participantes do movimento hip hop, contudo, desconfiam das candidaturas. "Eu não apóio esses caras que cresceram com o rap e agora querem sair dele. Não sei as intenções: se é promover a perifeira, o rap ou uma rádio", critica Mauro de Almeida, que também atende por DJ Cocão. (Confira no vídeo ao lado opiniões dos manos)Além do rap, Mendes tenta associar sua imagem com a do "mano Lula" e da "mina Marta" nos comícios em que participa. E também nas festas da rádio 105, o locutor aparece para a panfletagem aproveitando a congregação do rap. "Eu represento um grupo com mais 30 candidatos pelo Brasil, a maioria do PC do B e PT. Qualquer um que for eleito vai levar a voz da periferia para a política. O projeto é coletivo, não é pessoal", diz Mendes sobre a ação orquestrada (no bom sentido) pela entidade Nação Hip Hop Brasil.A rima de denúncia da pobreza e as críticas aos poderosos do país colocam o hip hop do lado esquerdo do ringue eleitoral. "O movimento rap é naturalmente socialista, afinal, é a visão que a periferia tem da realidade", decreta Gildean Silva, que compõe sob o nome de Panikinho.Primo Preto discorda. "Não tem partido mais elitista que o PT no momento. Eles me boicotaram em 2004, não me deram santinho ou outdoor. Por isso, sai. O PSDB é um partido como qualquer outro, não finge que é diferente dos outros, como o PT. O Geraldinho [Alckmin] é mais humildão que a Marta, que não aperta mão de candidato de vereador", sentencia o produtor dos Racionais.Ele fez muita campanha na Vila Fundão, reduto de Mano Brown no Capão Redondo (Zona Sul da capital). "O barato é louco: se eu não cumprir os projetos e for pego roubando leite da merenda, os caras me matam. Sabem que tenho compromisso", fala sobre a cobrança da comunidade.Mas qual é a posição dele em relação a Mano Brown, sempre com opiniões forte quanto a questão racial e social do país. "Sou mais articulado, mais diplomático, fui sempre eu negociei quem negociou com as gravadoras. Se for eleito, vou saber me colocar", afirma o produtor pela introdução da música "Capítulo 4, versículo 3" em que fala "aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente" após apresentar estatísticas da opressão da população negra no país.Renê do Rap também não acredita que o rap é majoritariamente de esquerda. "Hoje não tem mais ideologia. "Muito mano só quer saber de carrão, mina, cordão de ouro, charuto, vida louca, ostentação", aponta rapper com quatro discos que tem 20 anos. Nas Grandes Galerias, no centro de São Paulo, um andar subterrâneo é o reduto do movimento. Várias lojas vendem artigos que copiam o modelito do gueto norte-americano, no qual o ponto alto são os bonés com cifrão gigante bordado, simbolizando o sonho de ascensão social.Com o estilo já longe do auge econômico de dez anos atrás, o rap continua atuante nos subúrbios brasileiros, com muitos grupos que reúnem poetas e rappers, muitas estudando em faculdades.
Rapper canta crítica à política
Apesar das críticas de alguns deles, a versão política seria uma variação previsível, afinal, suas letras revoltadas denunciam um país que continua o mesmo. (Acompanhe ao lado rapper Jairo cantando música de protesto sobre a política nacional)Um exemplo vivo é Erlei Roberto de Melo, nome de cartório para o rapper Aliado G, que está em segundo lugar nas pesquisas para a prefeitura de Hortolândia, cidade de 200 mil habitantes.Ele aponta o "recorte classista" que existe no hip hop e em seu partido (o PC do B) e fala que o que os liga é "a luta de classes". Fugindo aos outros que apostam no máximo ao cargo de vereador, já em 2006 ele se lançou a deputado estadual - em entrevista, riu de tanta "geral" da polícia que recebeu durante a campanha.Aliado G começou na década de 90 liderando o grupo Face da Morte, que, desde Hortolândia, conseguiu um sucesso nacional no gênero. Na época, lançou a música "Mancada" direcionada ao então prefeito Jair Padovani (PSDB), falando de desleixo na administração e da falta de água. Agora quer resolver ele próprio o problema.
Rodrigo BertolottoDo UOL NotíciasEm São Paulo