Grafite de 1.000 metros é um dos presentes para os 455 anos de SP
No dia 25 de janeiro a cidade de São Paulo ganhará mais uma grande obra de arte. Trata-se de um painel de grafite de 1.000 metros quadrados feito pelo grafiteiro Eduardo Kobra. O grafite está sendo feito na avenida 23 de Maio, uma das mais movimentadas da cidade, em comemoração ao aniversário de 455 anos de São Paulo.
Devido ao tamanho da obra, o Kobra precisou de escada, 300 litros de tinta e muito jogo de cintura com a polícia, uma vez que o artista foi denunciado por moradores da região, mesmo tendo autorização do secretário municipal das subprefeituras. A denúncia? Pichação. O artista pondera: "A denúncia do morador é compreensível, afinal, quando estamos começando uma obra ela parece uma série de rabiscos e não uma obra de arte".
Para Eduardo Kobra, que já foi pichador, sua atividade é muito diferente de pichação. Afirma que a única semelhança é "o suporte, o muro". E ressalta que o intuito das atividades são opostos: "Eu quero valorizar esse espaço público e não desrespeitá-lo".
Quem passa pelo local pode acompanhar de camarote o processo de produção do "presente" para a cidade. O que antes eram rabiscos transformou-se em um retrato estilizado da capital em meio ao seu caos cotidiano.
De acordo com Kobra, "A idéia é criar um portal de contraste entre o que era e no que se tronou a cidade". E continua: "Esse mural é uma tela. A diferença é que eu ampliei. Muito."
O grafite
O mural feito pelo artista reproduz a cena paulistana da década de 20, e ele argumenta: "hoje a cidade é repleta de carros onde, em 1920, caminhavam pessoas (...) a cidade está tomada por automóveis, ninguém caminha aqui na 23".
Outras obras
Esta é apenas uma das 20 grandes obras espalhadas pela cidade. Recentemente, os grafiteiros Otávio e Gustavo Pandolfo (os Gêmeos), Nunca, Zefix, Finok e Nina refizeram o grande mural de grafite de 680 metros, próximo ao viaduto Júlio de Mesquita Filho, região central de São Paulo. O antigo mural havia sido feito em 2002 pelos mesmos grafiteiros, juntamente com os artistas Herbert e Vitche, e havia sido apagado equivocadamente por uma empresa contratada pela prefeitura para limpar a cidade das pichações.
As demais obras ainda estão sendo executadas e também estão em fase avançada de produção.
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